15/07/2025 às 08h30
Vitoria Inacia
Macapa / AP
A Polícia Federal, em atuação conjunta com o Ministério Público Estadual do Amapá, deflagrou na manhã desta terça-feira, 15 de julho, a Operação Sinecura, com o objetivo de apurar um sofisticado esquema de fraudes envolvendo profissionais de saúde contratados para prestar plantões em um hospital da capital, Macapá. Desde abril de 2022, os investigados constavam regularmente nas escalas de serviço, mas não compareciam aos turnos, comprometendo diretamente a qualidade do atendimento prestado à população.
No total, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão: dois em Macapá (incluindo o hospital alvo da investigação e a residência de um dos suspeitos no bairro Buritizal), dois no estado do Pará (nas cidades de Belém e Ananindeua) e dois em Santa Catarina (nos municípios de Concórdia e São José).
Conforme apurado pelas autoridades, os profissionais recebiam os valores correspondentes aos plantões, mesmo estando ausentes de suas funções. Em muitos casos, desempenhavam outras atividades ou realizavam viagens internacionais. Chama atenção o fato de quatro dos investigados sequer residirem no Amapá, embora figurassem com frequência nas escalas presenciais da unidade hospitalar.
Um dos casos emblemáticos é o de um médico domiciliado em Santa Catarina, que esteve em Macapá apenas uma única vez desde agosto de 2022, embora permanecesse escalado até os dias atuais. Da mesma forma, uma profissional residente em Belém compareceu somente uma vez à capital amapaense desde 2022. Em uma ocasião específica, essa médica desembarcou em Macapá às 13h50 e embarcou de volta para Belém às 18h10 do mesmo dia — mesmo estando escalada para um plantão noturno.
Durante as diligências, a Polícia Federal também identificou viagens ao Chile realizadas em datas nas quais um dos investigados deveria estar de plantão, o que reforça o indício de fraude no cumprimento das obrigações contratuais. Nas buscas, foram apreendidos R$ 138 mil em espécie, sendo R$ 54 mil na residência de um investigado em Macapá e R$ 84 mil em Belém.
Os envolvidos poderão responder por crimes como peculato, falsidade ideológica e associação criminosa, cujas penas somadas podem ultrapassar 20 anos de prisão. O nome da operação, Sinecura, alude à prática de ocupação de cargos públicos que não exigem efetiva prestação de serviço, simbolizando o cerne da fraude desvendada pelas autoridades.
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